Passaporte: Strasbourg, por Karla Vidal

Esquecida ela não estava, mas a tag Passaporte andava adormecida. Culpa de vocês! Para mim, as tags de viagens {Passaporte e Roubadas de Viagem} são algumas das minhas favoritas aqui do blog, mas dependo exclusivamente dos viajantes não-preguiçosos para levá-las ao ar {porque né, muita gente viaja e tem preguiça de escrever. E sim, isso é um puxão de orelha!}.

Assim que soube pelo Facebook que Karla Vidal – ou Kakau – estava de malas prontas para a França, vesti minha máscara de cara-de-pau e encomendei um post. E ela fez a lição de casa tão bem que me deixou com vontade de ir tipo, agora, para Strasbourg.

Férias sem nenhum roteiro definido. Essa foi a situação de minha viagem à França em março deste ano. Fiquei hospedada na casa de familiares em Nancy e uma das sugestões era agendar um dia para conhecer a cidade de Strasbourg. O pouco que sabia sobre a cidade era que, por ser próxima à Alemanha, sua arquitetura era totalmente influenciada pelo padrão das edificações alemãs.

De Nancy para Strasbourg são quase duas horas de viagem. A estrada é linda e em perfeitas condições. A minha “pós-graduação” sobre a cidade começou ainda na estrada. Strasbourg está situada numa região conhecida como Alsace (Alsácia), que é uma área de grande importância histórica conhecida pelos conflitos entre os povos e países que desejavam dominar a região. Hoje a área é administrada pela França e integra o território do país, mas todo o clima é alemão. Você percebe que está entrando em uma nova região na estrada mesmo. A topografia muda, as árvores mudam… Você sente aquela sensação de que tem algo diferente, mesmo estando na França.

Dentro da cidade há muitas placas de sinalização escritas em francês e alemão, além das indicações em inglês para os turistas.  A arquitetura é quase que totalmente alemã, com exceção da região chamada de Petite France (pequena França) onde é possível ver algumas construções com estética mais francesa. Uma coisa que vale a pena destacar é que o governo de Strasbourg faz de tudo para preservar a cidade. Nas principais áreas da cidade não circulam carros. Quem chega de carro, como nós fizemos, deve utilizar um dos grandes estacionamentos que ficam no limite da cidade e seguir até o centro de ônibus ou de trem, que são ótimos, por sinal. Assim, é possível manter a cidade intacta.

A cidade é pequena e lindíssima. Ruas estreitas e cheias de lojas com letreiros encantadores conduzem você a grandes praças ou áreas de convivência com cafés e restaurantes muito charmosos. Não é toa que carrega o título de capital da Alsácia e foi escolhida como sede do Conselho da Europa. Strasbourg é agradável, tem uma atmosfera aconchegante, as pessoas são prestativas e simpáticas, muito mais do que em Paris.

GASTRONOMIA

Aviso logo: se você não é fã da culinária alemã, certamente vai ter um pouco de dificuldade na hora do almoço. A maioria dos restaurantes por onde passei era especializada em pratos alemães. Os que não eram, serviam crepes. Agora, se você é fã de uma boa cerveja e não tem problemas com carne de porco, Strasbourg será um paraíso para você. Claro que vai haver restaurantes de queijos e do famoso foies gras, mas o que domina no centro turístico é mesmo o Choucroute e Baeckeoffe. Escolhi esse último, um mix de carnes e legumes cozidos, para o almoço em um pequeno e charmoso restaurante próximo da Cathédrale Notre Dame de Strasbourg, chamado La Table d’Emilie.

Se quiser um bom café, a minha indicação é a rede Paul. Tem em toda a França. Usamos os serviços em todas as cidades por onde passamos e posso dizer que o atendimento é perfeito. Excelentes cafés e salgados. Entreguei todo meu amor aos croissants e ao pain au chocolat. No leste da França você pode e deve comer sem maiores preocupações, pois o clima frio e as longas caminhadas fazem você queimar praticamente todas as calorias que consome.

A CATEDRAL

Um parágrafo à parte para a Cathédrale Notre Dame de Strasbourg. Tentei fotográfa-la por inteiro, mas ela não cabe na cena. A Catedral de Strasbourg foi a edificação mais alta do mundo até 1874. Hoje é a segunda mais alta catedral da França. É muito grande, é gótica e é escura. É um lugar interessante de conhecer, mas é tenebroso. Parece que o peso de tudo que aconteceu por lá cai automaticamente sobre os seus ombros quando você entra na igreja. E, como relata a história, situações, não muito felizes, aconteciam nessas igrejas e em sua área externa, entre elas tribunais que resultavam na morte dos condenados. É uma experiência diferente, porém interessante.

PARA TURISTAR

Bateau-mouches: O que mais valeu a pena em Strasbourg foi o passeio de bateau-mouche. São barcos recobertos por vidro que trafegam nos canais da Petite France e na barragem Vauban. No barco você tem acesso a um audio guide que apresenta a história dos lugares por onde se passa, incluindo a história das pontes e do próprio canal.

Em um determinado momento do passeio, o barco chega a uma eclusa. Comportas se fecham e a água é retida fazendo o barco subir. Com o barco mais elevado, você passa a ter uma visão ainda mais bonita da cidade. O passeio dura pouco mais de uma hora e custa 9,60 euros. Há reduções para crianças e estudantes. O audio guide está disponível em diversas línguas. É uma experiência incrível para quem gosta de observar belas imagens e de história.

O circuito do bateau-mouche também pode ser feito a pé, pela área da margem, bem ao lado do canal e dos gansos e cisnes que nadam por lá. Muitas pessoas usam essas margens para se exercitar. Também é possível fazer a mesma caminhada pela parte alta, seguindo o percurso das pontes. Durante o percurso você ouve a história das construções enquanto aprecia a vista. Ao chegar ao Conseil de L’Europe o bateau-mouche retorna ao ponto de partida.

Para terminar o passeio seguimos a pé para o Musée d’art moderne et contemporain de Strasbourg. Nele, o que há de mais interessante, em minha opinião, é a área onde estão expostos os projetos, desenhos e maquetes das maiores obras da França como a Torre Eiffel. É impressionante. Infelizmente essa área do museu não pode ser fotografada. Nele também há belíssimas pinturas, como em todo grande museu francês, e uma coleção de retratos impressionante.

COMPRAS

Em Strasbourg: As cidades do interior da França são um ótimo território de compras. Encontram-se todas as lojas e galerias famosas. Alguns dos meus pontos de referência para andar em Strasbourg foram uma C&A e a Galeries Lafayette, mas não consegui ir a nenhuma delas porque o tempo estava apertado.

Realmente interessantes são as lojinhas de souvenirs que estão espalhadas aos montes nas ruas. Há coisas lindas, muitas com a cara da região e aquela estética alemã que mencionei no início do texto. Quem gosta de objetos de decoração, antiguidades e mimos não vai conseguir se controlar. Trouxe comigo postais, pôsteres e só não trouxe louças e outras peças porque podiam quebrar e eu não tinha mais espaço na mala.

As lojas de comida também são um espetáculo. Há casas de pães e chocolates realmente encantadoras. Vimos verdadeiras obras de arte. Como era época de Páscoa, ovos e coelhos eram as estrelas da maioria das vitrines.

Na França: Não é porque eu não me joguei nas compras em Strasbourg que vou deixar de falar delas. Afinal, passei 20 dias na França e sim, fiz muitas compras nas outras cidades. Como sou uma consumidora chata, acabei gastando mais em Nancy, que tem comércio muito mais estruturado e preços bem menores que em Paris. Em alguns produtos a diferença chegou a quase 7 euros.

Em Nancy você encontra todas as lojas badaladas: Sephora, Monoprix, Kiko, Farmacity, H&M, Zara, Lush, The Body Shop etc. Mas, mergulhei de cabeça mesmo foi nos supermercados, pra ser mais exata no Auchan e no Carrefour, que possuem grandes variedades e preços baixos. Comprei cosmético, makes e roupas, basicamente (e uma câmera super-8 na feirinha de antiguidades).

DICAS

  • A história de que o Monoprix possui o melhor preço é lenda. Carrefour e Auchan (Nancy) possuem preços muito melhores;
  • O demaquilante Bioderma varia de preço em cada cidade. Vi o médio por 7 euros em Nancy, 8 euros em Metz e 10 euros em Paris;
  • Roger & Gallet é tão caro quanto no Brasil;
  • O Óleo Extraordinário da L’Óreal custa 20 euros por lá e 20 reais no Brasil. Fiquem ligadas!
  • A Sephora não é um paraíso na terra. Os preços são caros em relação a outras boas lojas de lá. Preferi a Kiko, que tem produtos excelentes, mais baratos e que copia tudo que a Sephora lança. Mesmo assim, saí da Sephora com pincel, base mineral e esmalte;
  • Por falar na Kiko, sabe o potinho com espuma para colocar o dedo e tirar esmalte? O deles custa uns 3 euros a menos que o da Sephora! Lá também tem serums bons com preços a partir de 9 euros. Quem não quer?
  • Eu tenho um amor incondicional pela marca Le Petit Marselais. É baratinha, tem em todos os supermercados e fabrica shampoo, condicionador, sabonete, óleo de argan, balm, hidratante etc. Amo e fiz estoque! O melhor shampoo que usei na vida é dessa marca.
  • Sim! John Frieda e Schwarzkopf são encontrados nos supermercados e custam entre 6 e 14 euros. Trouxe shampoo, máscara e vários outros produtinhos para a família porque não vejo muita diferença dos produtos da Schwarzkopf no meu cabelo. Já de John Frieda fiz estoque também!
  • Klorane é uma marca muito boa com preço justo. Vale a experiência.

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  1. E mais dicas de comprinhas:

    Embryolisse, um creme famoso nos backstages, NUXE e seu oleo maravilhoso multiuso, Vichy e La Roche Posay que são baratinhos =)

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