Fim das férias. Oremos!

Férias, aquele período tão aguardado depois de meses de trabalho, de estudo – às vezes dos dois. Aquele espaço de tempo em que você finalmente pode colocar a leitura em dia, pode ver as séries que não conseguiu acompanhar porque o horário louco de trabalho não permitia, ou pode fazer aquela viagem tão sonhada planejada em meio à correria do dia a dia. Outra realidade: fim de férias. Aquele ponto final tão aguardado pelas mães que ralaram durante o ano inteiro e ainda trabalharam em dobro durante o recesso das crianças. Sim, eu estou aliviada que as férias acabaram!

Fim das férias: alívio para os pais (mas não conte para ninguém que eu disse isso!)

Pela primeira vez caí na real de que não são só as outras mães que são super-heroínas. Eu também sou. A verdade é que eu, inconscientemente, me sabotava querendo achar que minha vida era muito fácil por poder trabalhar de casa. Ter a flexibilidade de horários me fazia conseguir dar conta da casa e brincar com meu filho de manhã, produzir à tarde, e à noite conseguir aquele jogo de cintura de casa e filho, e enfim poder voltar a trabalhar quando ele dormia {é, o terceiro turno sempre foi uma realidade aqui}. Não era tão fácil quanto escrever a situação em duas ou três linhas, mas como eu conseguia dar conta {na maioria das vezes, pelo menos}, eu achava que o que eu fazia era pouco, e aceitava as comparações e o julgamento das pessoas que trabalham fora e se acham melhores do que a mãe que fica em casa (“Que sortuda você! Queria ter uma vida fácil assim também”). Aceitava o julgamento até daquelas pessoas cujo único trabalho é dar conta da vida alheia, porque no fim das contas era eu mesma que me depreciava achando que o que eu fazia era pouco.

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fim das ferias

Nós não somos a Mulher-Maravilha!

Nas férias de Luca precisei fazer tudo o que eu fazia antes, dessa vez sem aquelas horinhas livres da tarde que eu aproveitava para fazer meu trabalho {inclusive o blog, que acabou sendo negligenciado por algumas semanas}. Eu simplesmente não consegui dar conta. Eu cheguei a pensar que admitir isso seria uma fraqueza, que me deixaria para baixo, que, de alguma forma, a ideia dos julgamentos fizesse eu me sentir… sei lá, inferior. Não me senti. Na verdade escrever que não consigo dar conta de tudo é libertador!

É libertador poder dizer para outras mães super-heroínas que tudo bem se a gente não fizer tudo. Que tudo bem se a gente não conseguir fazer nosso filho entrar no banheiro pra tomar banho antes das 10:00, tudo bem se não conseguir varrer a casa porque precisou fazer um trabalho que apareceu, tudo bem sair com seu filho para brincar enquanto a casa está de cabeça para baixo. Porque, afinal de contas, antes da gente se preocupar com o que os outros vão pensar, a gente precisa parar de se pressionar tanto, parar de achar que essas falhas nos diminuem como mãe, como profissional, como ser-humano, e não deixar de se divertir porque os outros podem achar que a nossa vida é fácil demais. Meu filho estava de férias e nós fizemos um montão de coisas juntos – e eu não me sinto nem um pouco culpada por isso.

Tão libertador quanto esse sentimento de admitir não conseguir conta de tudo, é saber que as férias enfim acabaram. Agora posso retomar o meu ritmo de trabalho, posso continuar sendo mãe em tempo quase integral, posso tomar um banho e lavar o cabelo com calma, posso até me deitar no meio da tarde para esticar a coluna {Deus, como preciso!}. Agora vou colocar a roupa da Mulher-Maravilha para lavar e daqui a pouco vesti-la novamente. Porque a vida continua, com seus perrengues e prazeres de sempre. Mas – gratidão, universo! – é o fim das férias. Oremos.

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P.S. As fotos desse post foram feitas no Espaço Ciência, em Olinda. O local tem entrada gratuita e está aberto diariamente das 08:00 às 17:00, com intervalo no almoço. Pensei em fazer um post sobre o espaço, mas durante a nossa visita não consegui fotografar e correr atrás de uma criança de dois anos…

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4 comments Add yours
  1. Me vi em cada frase, a única diferença pra mim é que por aqui as férias são “eternas” , ainda não consegui uma escolinha por perto pra Arthur mas tenho fé que nesse mês eu consigo!!! OREMOS!

  2. Ana, Ana… eu adoro qdo vc escreve esses posts dando um tapa na cara da sociedade.., rsrsrsr. Hj em dia é cobrança de todos os lados pras mulheres, tem q ser mãe, tem q ser excelente profissional, tem q cuidar da casa e ainda tem q viver linda pra agradar o marido. Não conheço ningem q leve essa vida de conto de fadas, por isso q amo qdo vc mostra a realidade sem medo e sem vergonha. O Luca tá enorme e lindo!!

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