2017 do desapego

Então é isso. Enfim damos nosso adeus a 2016 e as boas vindas a 2017. Como em cada início de ciclo, nos enchemos desse sentimento de esperança, de boas expectativas, da perspectiva de realização de sonhos. Não é preciso esperar o ano acabar para fazer promessas e nem para fazer uma limpeza interna – aquela de se conhecer mais, de entender (e se permitir sentir) os próprios sentimentos, e botar para fora tudo o que é descartável – mas a transição de um ano para o outro traz aquela sensação de ponto final para o início de um novo capítulo. Se não tanto, pelo menos de reticências… Uma pequena pausa para um novo início.

2017 chega com um sentimento de desapego. Um desapego sem expectativas, sem pressão, sem cobranças, como eu, particularmente, não sentia há tempos. Esse sentimento, que começou sutilmente ainda em 2016, tornou-se tão intenso que desapeguei até do blog. Acabou a preocupação por não postar, de escrever algo que alguém pudesse discordar, de desagradar anunciantes com um tema inapropriado aos olhos deles, de não vestir a roupa que é tendência, de não escrever um texto polêmico porque o tema está em alta. De não fazer nada que eu não estivesse realmente a fim de fazer. Não fiz, não me culpo, vida que segue.

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Desapaguei da ideia de que para ser blogueira preciso ter mais de 500k de seguidores nas redes sociais. Desapaguei da ideia de ter que comprar um monte de coisas para poder mostrar no blog com a intenção de conquistar a atenção de uma empresa que possa, quem sabe, um dia me mandar um “mimo”. Desapeguei da necessidade de ver e ter que me inspirar em fazer uma superprodução para postar uma foto que nem mostra de verdade a minha vida. Aliás, essa vida montada e fictícia que as pessoas insistem em mostrar me cansou num grau mais profundo. Unfollow. Sem ressentimentos.

Desapeguei de vez da ideia do “tem que ter” (que na verdade nunca alimentei). Não comprei uma roupa nova para o Natal, usei um vestido que havia comprado para um evento há mais de dois anos. Não comprei uma roupa nova para o réveillon, usei uma roupa que coloquei na mala sem nem saber se ia caber em mim. Virei o ano de roupa velha. Não morri. Ninguém pareceu se importar, assim como não me importei com o que os outros estavam vestindo. Não teria feito a menor diferença se eu tivesse usado um pijama surrado ou um vestido do preço de um carro. E se alguém tivesse se importado ou criticado, também não teria feito diferença alguma.

O peso que as circunstâncias da vida traz nem sempre são contornados facilmente. Perrengues acontecem. Conflitos acontecem. Mas podemos escolher levar uma vida com mais leveza, sem a preocupação de ter que agradar ninguém além de si mesmo. De entender que a essência reflete muito mais na beleza do que plásticas e roupas caras. Que a gente consiga compreender o clichê de que – sim! – felicidade vem de dentro. Que 2017 seja de mais desapegos, mais leveza, mais felicidade e de muitos sonhos realizados.

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6 comments Add yours
  1. Fantástico! Desapeguei de muita coisa faz um bom tempo e me dei conta disso quando há três anos troquei de carro e um dos motoristas da minha gerência disse: A Senhora devia ter comprado um Honda Civic, todos os gerentes aqui tem carrão e o Fox não combina com a senhora, kkkkkk. Fiquei lisonjeada, verdade, mas respondi: Gosto de viajar, prefiro gastar a diferença do preço do carro, seu emplacamento e seguro em viagens. E é isso, simples… Não se importar com o que os outros acham ou pensam, apenas fazer o que gosta e ser feliz.

  2. Vixi desde sempre só tenho alguns míseros seguidores nas redes sociais hahahah Se for depender de ks de seguidores nunca mais blogo!
    Fica com nóis Ana Lu que blogar por amor é bom demais <3

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