Figura coadjuvante ou co-protagonista? Não existe uma fórmula para “criar” o pai perfeito {e nem a mãe, diga-se de passagem}, mas assim como aquela que carrega o bebê no ventre durante 40 semanas, a figura paterna também tem – sim senhor – um papel importantíssimo na vida de uma criança.
Em um dos grupos que participo no Facebook, uma declaração de uma mamãe me chamou a atenção e me deixou um pouco triste esses dias. Para preservar a privacidade da pessoa, não vou copiar o texto na íntegra, mas basicamente ela dizia que o marido não a ajudava em nada com os trabalhos de casa e muito menos com o bebê, e ainda por cima reclamava quando a criança chorava. Com todo o estresse da paternidade, ainda por cima em um período que o bebê estava doentinho, o tal marido resolveu ir passar o final de semana no interior e deixar mamãe e bebê sozinhos em casa. {Respirei fundo para processar essa confissão, da mesma forma que vocês devem estar fazendo agora}.
Gente, eu estou louca ou é assim mesmo que funciona? A mãe é quem tem que fazer o trabalho pesado e o pai quando se sente estressado simplesmente corre? Sei bem o número de mães solteiras que lidam com a criação dos filhos sem qualquer ajuda, e fazem um ótimo trabalho na educação deles, mas nesses casos em que ambos concordam em aumentar a família, significa que os dois estão preparados {ou pelo menos dispostos} a assumir todas as responsabilidades que um bebê traz, certo?
O texto me fez agradecer a Deus pela “sorte” de ter um marido presente que me acompanha em todas as consultas médicas e participa das compras do enxoval do bebê, mas depois de ler esse depoimento fiquei me perguntando se na hora do vamo-ver é assim que os pais/maridos lidam. É certo que os laços entre pai e bebê não são tão intensos quanto os da mãe, afinal de contas somos nós, mulheres, que carregamos o bebê, que sentimos o efeito dos enjoos e a alegria de cada chute. O pai pode até ficar feliz pela nossa felicidade, ou colocar a mão na barriga e se extasiar pelo movimento do bebê, mas sabemos que não é a mesma coisa, e que os laços só se aprofundam após o nascimento. Isso, porém, não deve redimi-lo das responsabilidades!
Pai presente é diferente de pai provedor. Não basta pagar pelas despesas do bebê, tem que acordar de madrugada para trocar fralda. A mulher, por sua vez, não pode assumir o papel de Amélia e tomar para si as responsabilidades {embora eu tenha a ligeira impressão que fazemos isso por instinto. Conto com absoluta certeza daqui a alguns meses}.
Ah, e além de tudo ainda existe a cobrança da mulher ter que estar sempre linda e perfumada “para não perder o marido”… mas isso é assunto para um próximo post.