Ícone do site Oxente Menina por Ana Lu Fragoso

Selfies, bundas e frases de inspiração

Se Narciso tivesse um iPhone 5S dourado e o Instagram estivesse instalado, talvez ele achasse algo – além do espelho – bonito. Talvez, além de curtir suas próprias fotos e seguir algumas blogueiras famosas, ex-BBBs e ex-Panicats, Narciso também postasse junto com cada selfie uma frase de inspiração ou uma alfinetada para os recalcados e invejosos. Porque além de lindo, Narciso talvez fosse um guru também, assim como vários outros gurus de Instagram que infestam o aplicativo de fotografia mais famoso da face da terra com frases de autoajuda {que só ajudam a inflar ainda mais seus egos}, e na certa seria altamente invejado. Não é querendo meter o pau em Narciso não, coitado!, e nem nos auto-intitulados gurus e bundudos virtuais. É só que, como diriam os sábios compositores do Terrasamba, “ooô, ai meu Deus, eu só quero entender”.

É sério, eu não entendo mesmo. Vai ver que porque sou da Geração X, e não da Y, que algumas coisas desses mundos virtual, digital, liberal, causal, custam um pouco para entrar na minha nada-brilhante mente. Então você, pessoa linda da Geração Y, faria a grande gentileza de me explicar a conexão entre um selfie de um bumbum malhado no espelho XXG da academia e a frase “Senhor, que a minha luz interior nunca deixe de brilhar, e o recalque e os olhos invejosos batam em Seu escudo que me protege”? Os olhos invejosos cobiçam o bumbum malhado? Quem não tem bundão ou é feio não pode postar frase inspiracional? O bumbum malhado brilha? Ai não, peraí, o que brilha é a luz interior…

A exibição de vidas perfeitas nas redes sociais alimentam egos cada vez mais inflados e uma busca desenfreada por popularidade. A concorrência cada vez mais acirrada faz dos inocentes selfies um ringue de batalha, onde o mais bonito, o bumbum mais redondo, mais comentado e com a frase mais impactante vence.

Ana Luiza não malha em academia top {nem em nenhuma outra}, não é guru de nada, não tem 100K seguidores no Instagram e nem tem bunda grande, mas “na estrada que reflete a luz do sol nos olhos inocentes, o caminho segue na busca do desconhecido guiado pela fé e pela esperança”. {Oi?}

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