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Choro de criança no avião: como lidar e o que fazer

Se ver os pequenos chorando é algo que incomoda normalmente, imagina o choro de criança no avião durante um voo longo! Mas acredite: ninguém se sente mais incomodado com a situação do que os próprios pais. Primeiro, por ver o filho chorando e ver todas as tentativas de cessar o estoque de lágrimas do pequeno falharem; segundo, por saber que o berreiro está importunando outras pessoas. Seja você pai, mãe ou passageiro, respire fundo e veja algumas medidas que você pode tomar para resolver – ou pelo menos aliviar – as circunstâncias.

Identificando o problema

O pequeno está chorando por birra ou está com dor? Muitas vezes o comportamento se altera devido à ansiedade pela viagem, mudança de clima entre a origem e o destino, cansaço ou sono – ou uma combinação de todos esses fatores. Outras vezes, o que desencadeia o choro é o desconforto por conta da pressão do avião.

“Muitas vezes as crianças apresentam incômodo e dor de ouvido durante os voos, principalmente na decolagem e no pouso”, afirma a Dra. Elisabeth Fernandes, pediatra geral e reumatologista infantil da Clínica Pediátrica Crescer, de São Caetano do Sul (SP). “Para bebês e crianças ainda na fase da amamentação, uma boa dica é amamentar durante o voo, uma vez que o ato de sucção alivia muito o incômodo”, afirma. Os pequenos que ainda tomam mamadeira podem usar esse recurso para estimular o movimento, e uma dica eficaz para crianças maiores (e para adultos também) é engolir com a boca fechada de três a cinco vezes. “Em último caso os pais podem administrar um analgésico simples, como paracetamol ou dipirona”, pontua a doutora, reforçando que o uso de qualquer medicamento deve ser orientado pelo pediatra.

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Lidando com as birras

Se o choro é por pura malcriação e a criança não para de chorar, gritar e empurrar a poltrona da frente, se estressar e gritar com ela, além de não resolver o problema, vai incomodar ainda mais as pessoas nos assentos vizinhos. O que fazer, então, para aliviar a tensão?

Brinque. Se para um adulto a viagem é cansativa, imagine para uma criança cheia de energia. Durante os voos diurnos, aproveite para entreter a criança com jogos e livros com canetinhas para colorir. Se o tablet for um recurso para acalmar o pequeno, não tenha receio em usá-lo a seu favor. Para não incomodar os outros passageiros com a empolgação da criança, nos voos noturnos tente entreter seu filho contando histórias em um tom de voz mais baixo.

Dê um passeio pelo avião. Manter uma criança pequena sentada por horas é uma tarefa difícil. Aproveite para dar um passeio pelo avião e visitar a cabine do comandante com o pequeno, se for permitido. É importante lembrar, no entanto, que durante o pouso e a decolagem, ninguém deve se levantar. Só leve a criança à cabine do piloto depois de falar com um comissário e receber autorização. Evite ficar no corredor atrapalhando a passagem da tripulação e dos demais passageiros, e nem pensar em deixar a criança correndo e fazendo bagunça.

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Dê colo. Quem não se acalma com um abraço quentinho e um chamego no colo da mamãe? A segurança do colo familiar vai ajudar a criança entender que está tudo bem, e assim, aos poucos, o choro vai cessando e ela vai se acalmando.

Hora de dormir! A birra às vezes tem nome: sono. Fora do aconchego do próprio berço ou cama, e em um ambiente diferente e totalmente fora da rotina, é normal os pequenos se sentirem estressados e transmitirem esse sentimento através do choro. Se for possível, escolha voar à noite e leve algum objeto que aproxime o seu filho de casa, como um paninho ou o brinquedo favorito dele. Para as crianças que têm o costume de tomar um leitinho antes de dormir, aproveite para dar de mamar ou a mamadeira. Dependendo da boa vontade dos comissários, pode ser até que você consiga esquentar o leite. Por precaução, leve uma bolsa térmica com água morna.

Observando de fora

De mãos atadas. É assim que os pais se sentem quando não conseguem controlar a birra ou a dor que ocasiona o choro de criança no avião e sabem que o barulho está importunando as pessoas nos assentos vizinhos. O ouvidinho doendo foi o que incomodou a pequena Izabela, então com 3 anos, em um voo de Brasília para Recife que saiu com mais de duas horas de atraso. “Ela entrou no avião tranquila dormindo em meus braços, mas na hora da decolagem a aeromoça pediu que eu a colocasse sentada no assento e ela despertou chorando muito”, conta a corretora de seguros Renata Menezes, mãe de Izabela, que na ocasião viajava também na companhia do marido, da sogra e da filha mais velha.

Na época, a situação rendeu até um vídeo no stories do Instagram do blogueiro Hugo Gloss, que se solidarizou com a mãe compreendendo o sentimento de impotência que acomete os responsáveis pelas crianças nessas horas. “Durante a decolagem inteira Bela gritou e chutou a poltrona da frente (onde Gloss estava sentado). Ainda bem que não vi nenhum olhar de crítica dos outros passageiros, e as aeromoças da Gol tentaram nos ajudar o tempo todo”, comenta Renata aliviada. Se a família Menezes teve a sorte de contar com tripulação e vizinhos de poltrona compreensivos, as reclamações de outros passageiros e dos próprios comissários aos choros e birras não são incomuns. Um casal australiano com dois filhos foi impedido de voltar para casa por conta da malcriação de um dos gêmeos, de 2 anos, no voo de ida. O próprio comandante da aeronave fez queixa sobre o comportamento do menino e alertou para não ficarem surpresos caso o voo de retorno da família fosse recusado, o que de fato aconteceu.

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Antes de fazer cara feia ou começar a reclamar, pense que poderia ser o seu filho, e que ninguém está livre de passar por isso. Veja o que você pode fazer para tentar passar por esse acontecimento de forma positiva:

Tenha empatia. Olhar atravessado ou fazer cara feia não vai ajudar a resolver o problema, tampouco reclamar com os comissários ou desejar que a família fosse jogada lá de cima. Demonstrar um pouco de empatia é uma forma de deixar os pais um pouco mais tranquilos por saberem que não estão sendo amaldiçoados, e a consequência disso é um esforço mais eficiente para acalmar a criança.

Ofereça ajuda. Se estiver ao seu alcance (e disposição), ofereça ajuda. Às vezes o simples ato de conversar com a criança que chora ou ajudar uma mãe sozinha com mais de um filho são suficientes para aliviar a tensão e parar – ou pelo menos diminuir – o choro.

Use fones de ouvido. O choro não para e você não está com o mínimo de disposição para oferecer ajuda? Tape os ouvidos! Use um protetor auricular ou coloque os fones para ouvir música, ver um filme ou assistir àquelas aulas que estão no seu celular há meses.

Durma. Talvez seja difícil conseguir pegar no sono enquanto uma criança berra ao seu lado, mas se não há outra solução, resta tentar descansar e torcer para que a crise de choro passe logo.

Todos nós estamos passíveis de enfrentar uma situação parecida, seja do lado do passageiro ouvindo gritos alheios ou do pai ou mãe tentando acalmar um filho malcriado. Seja qual for o seu papel nessa história, a dica número um é tentar manter a cabeça no lugar.

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